Capitulo 1
Act. 1
" O Início "
"Uma noite de inverno de luar, sem nuvens ou chuva, um frio que gelava qualquer alma...
Duas da manhã de uma sexta-feira qualquer, eu dormia bem, e profundamente, com a minha esposa, Rafaela, aninhada em meu peito, quando somos acordados em sobressalto pelo toque de sms do meu telemóvel, indignada e frustrada por ter sido bruscamente acordada, pergunta-me Rafaela:
Rafaela -Querido, quem poderá ser a estas horas? E por ainda por cima sms, não liga porquê?-diz me desconfiada!
Cájó - Como queres que saiba eu, se ainda nem agarrei o telefone!!- retaliei eu de mau-humor, pois tal como ela, também eu estava indignado com o sucedido, enquanto deitava a mão à mesa de cabeçeira tentando agarrar o sacana que nos despertou.
Enquanto não lhe deito a mão, ao telemóvel claro, deixem que me apresente, meu nome é Carlos João de Freitas Gómez, "Cájó" para os mais chegados, Freitas da Parte de mãe, tuga de muita tradição mas pouco dinheiro, já meu pai Juan Carlos Gómez y Gómez um burguês Espanhol, muito marialva em seu tempo e ainda hoje um galã entre o sexo oposto, única herança que me deixou escusado será dizer,hehehe, mas adiante que se faz tarde, encontrei o telemóvel!
-Ora vamos cá ver quem me despertou, de tão belo sonho que estava tendo!...- disse sem pensar e de volta antes que Rafaela pudesse ripostar...- Contigo meu anjo, contigo mas tratamos disso depois de ver quem é!- Enquanto lhe vou acariciando o baixo ventre. - É pá, não acredito nisto, não pode ser este gajo está me a enganar, só pode!! -Mas quem!?!-pergunta Rafaela já saltando e, vestindo sua camisinha de dormir curtinha e vermelha transparente, dirigindo-se para o wc.
Pensei eu. Bem veste qualquer coisa e vamos à porta então! Apressando, Rafaela que já estava estatelada na cama fazendo pose, que me responde:
Rafaela - Isso já eu tenho ou tas cego, é transparente mas ainda se vê, falando com voz suave e doce, e não tou a fazer intenção de descer resolve o que tens a resolver que eu cá te espero, enquanto se acaricia, vá despacha-o!!!
Saí do quarto numa correria, mais rápido que uma bala... Ao abrir a porta, um sorriso seguido de uma gargalhada total:
"Arnete"- Ihihih, Ahahahahh!! Foste enganado, mas descansa que vais gostar das notícias que te trago, diz ele ao por me o braço à volta do pescoço, desculpa amigo, também sei que é tarde e que já dormiam, ou não, heheh, dando-me uma "pancadita" na barriga, mas é por causa do Castro...
Cajó - Castro, pensei eu, Miguel Castro, será?!?!? Onde anda esse patife, 'tás a falar do Mingas, certo? À mais de sete ou oito anos que não ouvia esse nome, e que nem sei se está vivo ou morto, o bastardo!!!....
Act. 2
" À Conversa Com Ernesto "
" À Conversa Com Ernesto "
*** É então que o "Arnete" me interrompe, e diz:
Arnete - Calma meu caro, está vivo , bem vivo e muito perto! O sortudo, acabou de chegar à meia hora atrás à estação por isso estou aqui!- Indignado e surpreso interrompi-o logo ali.
Cájó - Que vens cá tu fazer então, de certeza que não me trazes nada que ele tenha mandado, pois quando Miguel Castro desaparecera à 8 anos tinha ficado em divida para com "Cájó"! E quase que aposto que ainda me vens pedir algum favor, em nome do "Mingas". -olhando , Ernesto, para mim espantado com tal afirmação...
Arnete - Sim venho, rematou, pois ele telefonara-me para que o fosse buscar à estação, mas visto eu estar de serviço, vim até a ti, meu velho. Sei a magoa que há entre vós, mas magoa-me mais ver dois grandes amigos "emburrados" por falta de melhor comunicação e orgulho ferido de ambos, disse sem dó nem piedade.
Contado agora um pouco mais sobre o que se passou entre estes dois, Carlos e Miguel, em outros tempos dos "gloriosos" anos noventa, eram inseparáveis companheiros de aventura, de noitadas, muito cúmplices um com o outro, unha com carne, mesmo, pareciam colados com super-cola, mas porém o pior acontecera Cájó que sempre tivera vários conhecimentos na noite, e muitos amigos em ambientes de narcóticos, passa-se da marmita e deixa de consumir drogas leves e agarra-se à heroína, foi ai que a coisa começou, Miguel por seu lado ainda experimentou, "dar uns fumos", deslizar umas bolhas de caramelo, de vez em quando para controlar Cájó e tentar não o deixar ir mais longe ou até à morte, mas não conseguiu acompanha-lo e deixou-se dessas vidas, e casou-se uns tempos mais tarde. Mas três anos depois Cájó endireita-se na vida, e com a ajuda de um outro "Grande irmão" B.B.S., falaremos dele mais à frente, parte em busca de novos caminhos, e longe de drogas. mas voltemos aquela, primeira noite:
Cájó - Então vai direito ao assunto, meu amigo Ernesto! Porque esperas diz-me, por favor, - enquanto seus olhos quase não se contêm de alegria e vertem duas lágrimas que lhe corriam rosto abaixo reluzindo com o luar, - é para ir buscar o Mingas, agora!!!? Vou -me calçar e pegar nas chaves do carro e vou buscar o teu à esquadra!... Diz-lhe que estou lá em uns dez minutos...- e eis que nisto diz Ernesto...
Arnete - Meu caro isso é que não poderei fazer, pois disse-lhe que iria eu e não tu, senão ele não iria aceitar, quero que conversem bem e que voltem a ser como antes, inseparáveis!! Ele não sabe que carro tenho, que não lho disse, mas já lhe mando sms a dizer que vou na tua carrinha, cor cinza escura alta gama... - é então que Ernesto é interrompido por uma chamada pelo rádio, dizendo para:- "Escuto... é requisitada a vossa... para se dirigiram à praia... que havia sido feita uma descoberta... um casal... verificar.. escuto.." - Derivado ao mau estado do equipamento de rádio não foi possível apurar grande coisa da chamada da central...
- Bem meu velho o dever chama, qualquer coisa apita estarei de volta ao posto num ápice, de certo mais algum bêbado a fazer gracinhas a esta hora, fica bem e juizo! Ou passam uma noite algemados um ao outro até que se entendam!!! - Diz "Arnete" , enquanto entra no carro patrulha...
Carlos sai quase imediatamente a seguir, deixando Rafaela à sua espera na cama, sem dizer nada a sua esposa que entretanto adormecera e nem dera por Carlos sair. E ele que em sua cabeça só pensava em rever o amigo que há muito tinha perdido, - "Será que ele está mesmo bem para reaparecer passados estes anos, tendo partido para Espanha onde se "abancou" em Palência, até à data assim se presume"... - pois Miguel não era muito de ligar ou dizer fosse o que fosse sobre sua vida de emigrante.
Cájó- " E agora também não vale de nada lembrar essas coisas, pensei, para que tudo corra bem esta noite. provavelmente ainda terá que dormir lá por casa, constatei, ou se é para o deixar em algum lado!
Act. 3
" Chegando à estação "
***Quase a chegar à estação de comboios mais próxima, a cinco quilômetros da vila, Cájó recebe uma sms de Ernesto dizendo, - Despacha-te a ir buscar o Mingas, trás o gajo e vem ter a PN, M. D. P. U. quer isto dizer; Mais. Depressa. Possível. Urgente. - Assim sem mais, pensou ele ao passo que a estação se aproxima e, aí o coração acelera mais que a viatura, começa a avisar-se um vulto na praceta da estação encostado ao poste de iluminação, -Será o Mingas, indagou... Sim é ele, o sacana, pelo jeito de estar encostado ao poste, cheio de pinta à cowboy, só lhe falta o chapéu por que pinta e gado nunca lhe faltou, na mudou nada!!! Deixa me gozar um pouco com ele, vamos ver já nem conhece um gajo, ó caraças. Ao afrouxar, bruscamente, mesmo em frente a Miguel abre o vidro e pergunta-lhe, com um falso sotaque francês:
Cájó - Názárrrrê!!! Comme je arrivé au Názárrrê?!
Responde-lhe o outro, levantando os olhos da beata que mandara para o chão:
Mingas -Na senhor, Ná'zár... nenhum, e assim que seus olhos bateram em Cájó engole o resto da frase, e sai-lhe: - Só me faltava este agora "inda'p'riba" a estas horas! Que fazes tu aqui, "cócózinhe", que "bote" é esse, "g'andes" vidas!
Irritado com os comentários de sempre, do quase ex amigo e preste a ficar a pé no Valado, outra vez, responde Cájó, a mil em "pexinês"* para lhe responder à letra:
Cájó - "O qu'é'isse que tá pr'aí, ó!! Só se tás'tá'blitar a ir a butes"... "Seca fatês d'óliade, inda'gora à'boiô, o Stinêta"!!! Enquanto sai do carro e vai de braços abertos em direcção ao amigo: Cala-te urso, dá cá mas é um abraço e vai entrando no "bote", que temos que ir atracar para outros portos, enquanto eu te enfio as malas na ré, que é uma coisa que eu sei gostas pouco gostas, que eu estou com pressa!!..
Mingas - Só se vais tirar o diabo da cruz!!! Sempre "à'ssapar" este gajo e depois os outros é que não mudam... soltando os cães a Cájó, diz Miguel a entrar na viatura...
Cajó - Vai entrando, meu, já falamos, o "Arnete" mando uma sms estranha com um final à moda antiga, P.N, M. D. P. U. ... Sabes, ou já te esqueceste, o que quer dizer? Estou intrigadíssimo com tal chamado!.. E lá vão os dois amigos ao encontro de Ernesto até à mítica, Praia de Norte...
*** - Pexinês; termo que carinhosamente é atribuído, por alguns habitantes das localidades vizinhas, ao sotaque da vila de Nazaré.
Pois é meus caros ainda não se tinha revelado o cenário de toda esta, "trama", ou enredo passa-se na bonita e misteriosa vila de Nazaré, uma praia deslumbrante carregada de magia, lendas, boa gente, boas energias, História, e que por estas alturas anda nas bocas de todo o Mundo derivado a suas grandes, enormes ou gigantes, ou como dizem os habitantes locais, "voltas ou ondas de Mar à Pinóca", mas esta história passou-se antes de tanta agitação, e tem por personagens fictícias um grupo de amigos que moram por lá, e que quando se encontram disparam muitas vezes umas quantas expressões nazarenas por isso não fiquem "c'os'olhês arremelgadês" se por aqui aparecer uma ou outra expressão que não entendam, divididos entre Pederneira, Sítio e Praia, sendo a maioria deles da Pederneira que segundo consegui apurar será uma das mais antigas das três localidades, tendo sido um dos mais importantes portos de mar no reinado de Dom Afonso Henriques, no século doze (XII) e até, ao século dezasseis (XVI) já no reinado de Dom Manuel I, mas deixe-menos de História de Portugal que é hora de voltar a nossa história; "Crime na Praia de Norte".
-Enquanto isso quase de volta à vila de Nazaré, Cájó recebe uma outra sms, vinham já nas curvas da Infesta nas costas do Monte São Brás e pensa, -" Deve ser a Rafaela que acordou e não me encontrou na cama", mas talvez não seja, poderá bem ser o Ernesto novamente, e pede a Miguel que veja a sms, e de quem é:
Mingas -Diz aqui que é de uma tal Anette, e tá te a convidar para algo, ehehehh.... Diz Mingas, logo interrompido pelo amigo, que lhe tira o telemóvel da mão.
Cájó - Dá cá "isse" que raio de confiança é essa a leres o que não deves, és sempre o mesmo "espia'bond" tu....
Mingas - "Arre lá canguêr danade, deves estar "c'a costa negada, quase que me arranhas tode, à cara de catanê!" Olha lá uma coisa, olhando para Carlos, a Anette não era a francesa que tu, cois'e'coise atrás do coise!!!?!... e eis que o amigo o repreende.
Cájó - É só no que pensas mesmo sério, "és piò' quà cadela do Monas", onde é que viste Anette, "berrál", se é do B.B. a dizer que tá a chegar à "Naza", e não tenho contacto com a Anette há já uns anos que nos deixamos de ver, suspira Cájó, e nisto pensa alto; -"Fosgasse"!!! Tou me a esquecer de algo pá, casei-me!! vai e prega-lhe uma "calduça".
Mingas - "Tô p'ssé'ssê"!!! Diz que na querias casório e deu-te para isso, "ah espiancêrzinhe", e daí é alguém que se conheça? E é "carocha pa dar", a peça??!!.. diz Miguel em tom de gozo.
Cájó - E não digo eu que não mudas, meu tás a falar da minha querida esposa, ehehheh, não é "pós tês becês", e "espiancêr" és tu, grita Cájó, cala-te que a deixei na cama para te vir buscar e nem lhe disse nada!!! Tou lixado!!- E nisto toca o telemóvel!!!!! Olha aí na digas nada, diz Cájó, e atende, sim meu amor!...
Rafaela - Que é que se passa, Carlos João, por onde andas tu a estas horas... Deixas-te me sozinha... Que te deu para saíres assim sem nada me dizer???- diz Rafaela em tom de lágrima e desespero do outro lado.
Cájó - Nada amor, nada do que possas estar a pensar, não tenho muito tempo para te explicar mas assim que possa ligo-te a contar tudo está bem? Agora só te posso adiantar que estou a caminho da Praia de Norte, com o Miguel Castro, para irmos ter com o Ernesto que mandou uma sms a dizer que era urgente e não sei ainda o que se passa, descansa meu anjo assim que possa ligo....
Rafaela - Com o Miguel!?! O Mingas tá cá? Não pode ser tás a gozar, não? Então mas ele não estava na Holanda, ó lá que era?!? Agora é que eu já não "fique'sêgada".... e ainda por cima para a Praia de Norte que vão lá fazer a esta hora, fumar uma é, visto que na deves de ir "ò c'rrimão"... remata Rafaela.
Cájó - Ráfa, por favor, não me faças isso, já te disse que assim que possa digo-te, estamos a chegar e já tá aqui muita gente, -"Só se pariú a galega!!", grita Miguel-, tenho que desligar, cheira-me a "trabalho". Bêjinhes dêcinhes p'rá'nha princesa.
Rafaela - Tá bem tá tou pa ver isse.. E princesa?!! Tás "xê d' inganes cmó Tó-Tó"!! beijo. Desligando-lhe assim o telemóvel na cara, enquanto nisto já chegando ao local, começa Miguel a "mangar" com Carlos:
Mingas - Eia, princesa, e beijinhos e "tud'e'tudi", "to'manda", "tás a mangar"... Estamos mudados sim senhor!... Andas muito "dêcinhe e fofinhê, à caragas aí "!!!...
Perante tais palavras e parando a viatura, depois de galgar areal da praia até junto ao "Forno de Orca", onde os esperava Ernesto e mais um grupo de, por ai, oito pessoas e na claridade consegue-se ver e destacar a figura de um outro amigo que já se falou aqui antes, B.B.S. ,"Big Bro", ou BB, muitos nomes tem este "repá", Bruno Bernardo Sequeira de seu nome, com um 1,95 bem medidos, tanto em altura como em largura, nesse momento diz Mingas:
Mingas - "Fôra'sse, ca'ganda" armário!!! Aquele gajo tá cada vez maior na dá hipótese... e deve ser algo grave para estar por aqui "BB"!!?!... Ele não tinha ido estudar para a Roménia ou lá que era?!!
Cájó - A ver vamos mano, a ver vamos... Não me tá a cheirar nada bem isto, nada "même", - diz Cájó muito inquieto, mas com uma calma que bem lhe era conhecida, e continua-, dizes bem, tinha voltou este verão tá a morar lá para o Alentejo, onde tem uma herdade brutal ali para a zona de Alcácer do Sal, e teve algures por esses lados e também acho que já trabalhou para os gajos do espaço, ou umas missões ou qualquer coisa assim ouvi dizer, ainda não tivemos tempo de reunir a serio, mas sabes como é a nossa gente.
Enquanto se vão aproximando do "maralhal" e cumprimentando todos os presentes, Ernesto chama Carlos de parte para lhe dar uma palavrinha fora do grupo com uma cara muito séria, grupo esse onde, Cájó conseguiu identificar mais um ou dois assim de revés, chamando-lhe à atenção a presença de, "Xi", ou mais conhecido como Sílvino Santos, o "Casca" António Severino Salvador, -"mas que fazem estes gajos todos aqui, e aquela figura de cabelo comprido quem poderá ser, o "Mumax", será que é o Marco António que está ali"- pensou Cájó...
*** Espia'bond, termo que aquele grupo usava entra eles para designar alguém que se metia onde não era chamado, ou que simplesmente observava os outros com mau íntimo. Um espião.
Act. 4
" Descoberta macabra "
...Enquanto ia sendo rebocado por "Arnete" que lhe começava a explicar o porquê de os ter chamado ali:Arnete - Amigo desculpa arrastar-te assim mas à algo que não disse ainda ao pessoal que aqui se encontra reunido, este é já o segundo caso do género que acontece por cá e tem uma particularidade muito estranha em ambos, não têm pinga de sangue e têm marcas de dois pequenos orifícios no peito por cima do coração, o primeiro apareceu à dois dias na "Gruta da Caveira"* no S. Brás exactamente como este seco, e não se divulgou muito acerca do sucedido visto que o corpo é de um jovem "paleco"* que ainda se encontra na morgue por identificar!...
Cájó -'Tás a gozar comigo, só podes estar!!? Sem gota de sangue e buracos no peito, o que poderá ter provocado tais orifícios? Seringas, terá sido drenado?
Traficantes de sangue por aqui, será que já chegou a Portugal essa moda, assim como traficam órgãos humanos em alguns continentes também há o trafico de sangue mas sempre desviado de bancos de recolha nunca directamente das pessoas, que me dizes tu, meu caro?
Arnete - Que diga não sei e agora com a descoberta de mais um aqui na P.N. nada mais faz sentido, primeiro pensamos na hipótese de se tratar de algum ritual satânico, mas por estas paragens os rituais são mais os que tu já conheces...- responde Ernesto confuso.
Eu que não tinha ainda conhecimento do primeiro caso, pois tinha chegado de lua-de-mel, na Austrália, no dia anterior e ainda andava a leste por causa da diferença horária, fiquei de tal forma estupefacto com aquela descoberta macabra que mais não disse, e por continuar intrigado com aquela figura de cabelo comprido, apenas que se juntássemos ao grupo para que também pudesse ver o corpo. Ao chegarmos perto do pessoal, já o Mingas estava a fazer das suas graçolas ao mesmo tempo que o outro agente lhe ia dizendo que não se aproximasse":
Mingas - É "people" que tal "tirar'mes" umas "pelingrafias" aqui com este "primasse"... e preparando-se para ir junto defunto, Bruno já cansado de ouvir Miguel, prega-lhe uma valente cachaça, fazendo o amigo cair e diz:
Bruno - Meu "na páras'segadê" um bocado, irra "q'és imbirrant'zinhe c'má" porra, mesmo sério Miguel nem Espanha te modificou uma "beca"? Está-me a crer que "xêgates" hoje mas "tás aqui tás lá "ó'tra" vez! - ouvindo-se uma gargalhada qase que geral, enquanto estica a mão para o ajudar a levantar, diz :
Miguel - É meu vou dizer à "nha mãe", e desata a rir feito doido, não havia necessidade de tanta "biolência" quase na sinto o pescoço, seu bruto!!!
Bruno - Bruto não que ofendes a minha sensibilidade, senhor... E nisto, "BB" é interrompido por Silvino que diz:
Silvino - Eu gostava de saber era porque é que ainda não me explicaram o facto de estarmos aqui reunidos ao frio, na P.N., ao pé dum cadáver que nem conhecemos de lado nenhum, ao invés de em casa de algum de vós, visto que a maré está a subir não era má ideia.
O que gera cochicho pelos restantes presentes que começam a falar sobre o mesmo,e digo eu:
Cájó - O "Xi" tem toda razão, que falta de consideração pelos amigos ao menos convidassem um gajo para ir tomar um copo a qualquer lado como dantes, "a mota com gasolina na reserva íamos sem destino e voltávamos, quem se lembra, hã??!!- ao focar minha atenção na tal figura de longos cabelos... - "Mumax"! Que fazes por cá, meu?! Olá a todos os presentes! Parecias-me outra pessoa com esse "cabelão", de costas e a esta hora da madrugada já te confundia e...- Interrompe Miguel:
Mingas - E depois sou eu que não mudo, o sacana tem a recém casada na cama em casa e tá aqui atirar-s... - Nisto interrompe "Casca":
Xi - Bem agora damas à parte, que nem está aqui o "Joel", vamos ao que interessa, o que é assim tão importante para estarmos aqui? Que temos nós haver com isto, Ernesto e porque chamas-te o "Cájó" à parte, os únicos agentes de autoridade neste momento aqui és tu e o teu parceiro?
Responde então Ernesto:
Arnete - Peço desculpa a todos vós meus amigos por vos ter arrastado até aqui, mas temos em mãos um estranho caso e, preciso da vossa colaboração, também não vos irei dizer já tudo para já vos adianto que não é o primeiro cadáver e poderão haver mais, para vos puder dar mais informações temos que ir até casa de alguém até mesmo porque entretanto temos aí os bombeiros e a polícia marítima para levar o cadáver antes que a maré suba, eu pedi na esquadra que me dessem tempo para que averigua-se a veracidade da chamada que fizeram para lá e que depois informava para que viessem... avistando-se já ao longe o reflexo dos rotativos azuis, nisto diz Bruno:
Bruno - Poderemos ir até minha casa! Não está lá ninguém eu cheguei hoje à tarde para vir passar o fim de semana à "terrinha", que já cá não vinha desde o verão, sempre se arranja por lá uma garrafa ou outra de whisky, a não ser que o "Cájó" prefira ir até casa dele! - Provocando Carlos, que lhe responde:
Cájó - Mas é que nem pensar nisso é bom, estás te a passar ou quê!? Vai-te mas é amarar, Bruno, deves de estar a querer pegar "pêxe" só pode... ao ver o amigo atrapalhado, intervém Ernesto:
Arnete - Malta calma, não se enervem que não vale a pena, vão lá andando para casa do Bruno que eu depois vou lá ter assim que possa e depois ponho vos a par de tudo, pode ser? Ah e mais uma coisinha, eu chamei o Carlos de parte pelo respeito, confiança e porque sei que a boca dele não é um chocalho, a não ser que eu lhe diga que a pode abrir! Saiam lá mas é daqui e deixem-me trabalhar, aqui não se pode continuar, pisguem-se!
***E assim acatamos o pedido do "Arnete" e fomos andando até casa do "BB", uma brutal moradia com vista para o mar que ele mandara construir, no Caminho Real lá para trás do cemitério. No momento em que nos dirigia-mos para a minha viatura, acompanhado de Miguel, vem um dos bombeiros que nos conhecia para ir em direcção ao "Forno de Orca" que nos cumprimenta:
Bombeiro - Bom dia pessoal, como é Mingas já não te via à que "tempês, pond'é'c'andates tu, mig"? Cájó, já de volta da Austrália, e a Rafaela como está? Boa todos dias, "né"? Com todo o respeito, claro....-dispara logo Miguel com Cájó:
Mingas - Alto e pára o baile, agora é que percebi porque é que ainda não me falaste dessa tal Rafaela, e nem querias que fossemos para tua casa, casas-te com a Rafaela Brimbote? A sério, Carlos? Fala mano...- neste momento fiquei sem saber o que dizer pois visto ter casado com uma das ex, ou melhor dizendo com a ex-mulher do Miguel, de quem ele se tinha divorciado há, legalmente há 6 anos.- Podes falar pá, o que pertence ao passado fica no passado!... exclamou!
Cájó - É bem... Pois... Por onde devo começar... Sabes como é...- e fui-me engasgando...- Sim pois tens razão, o que ficou para trás ficou, só não te disse logo porque tens estado a ver o que se passa e ainda não houve oportunidade de o fazer, sim casamos já andávamos à cinco anos e agora decidimos casar o mês passado, pronto tá dito...- sem saber que mais dizer...
Mingas - Mano não há espiga quanto a isso, não é preciso ficares "c'u'narvose miudinhe", já se conhecemos desde miúdos entre nós é sempre aquela base...
***Enquanto isso chegámos a casa do "BB", que já lá tinha chegado seguido de Marco, Silvino e António, estes dois últimos na mesma viatura visto morarem os dois em Alcobaça, Marco por sua vez teria chegado naquela sexta-feira também, visto estar a residir na Irlanda e de se estar a iniciar no "tow-in" veio até cá para me baptizar neste desporto como tinha-me prometido como se de uma prenda de casamento se trata-se, para vir apanhar umas ondas de inverno comigo,e para surpresa minha e do Miguel reparamos numa viatura bem nossa conhecemos, um "Land Rover Td5" dos antigos, que pertencia a uma moça bem nossa conhecida já lá de trás dos "noventas"... Adeline Fontaine de sua graça, uma francesa que começou por vir com "Anette", e seus pais, de férias e que acabou por se apaixonar pela vila e acabou por vir morar para cá, mas quem a teria chamado pensei!?...
Mas por que raio se estava a reunir quase todo o grupo, por causa de dois homicídios que quase ninguém sabe de nada...
Mingas - Bonjour, Adeline, ça marche?
Adeline - Mê oui, está "tude" bem, e marchas só no Carnaval, et toi? -Responde Adeline no seu português bastante melhorado, virando a atenção para mim...
E tu Cájó, tudo bom, e a Ráfa "com'est elle, porque no veio contigue"? Porque e onde foste desencantar este, "je ne ce qua", "monument"? Vien ici me donne un coup de bec, mon ami!!!!
Cájó - Sim Adeline, está tudo bem a Ráfa tá em casa e nem sabe ao certo por onde eu ando, apenas sabe, que estou com este "monumento" na Praia de Norte, este arribou esta madrugada assim sem mais e também ainda não percebi bem porquê? E tu pela tua aparência tens te conservado e bem miúda!... Enquanto íamos já entrando em para dentro de casa do Bruno...
** "Gruta da Caveira"- Cavidade pouco profunda embutida no Monte São Bartolomeu, na parte virada para Valado dos Frades, que olhando de fora parece o formato de uma caveira.
** " Paleco"- Expressão que os
habitantes da vila de Nazaré usam para denominar as pessoas que não são
da terra, sendo que o dicionário de Língua Portuguesa contraria tal
expressão. Ver dicionário.
Act. 5
" À espera de Ernesto "
Cájó - Malta, malta e daquela vez que fomos acampar para a Senhora da Vitória, motas dentro da tenda, carro no alpendre, eu e o Nelson não queríamos deixar ninguém dormir e pedíamos comida para que pudessem dormir à vontade, e quando todos adormeceram finalmente andamos a fazer judiarias e a montar armadilhas para todos; pegamos nas sapatilhas do "BB" e pusemos um tijolo burro lá dentro e penduramos à porta de uma das tendas onde dormiam o "Casca" e o "BB" para que quando um deles saísse batesse lá com a tola, ao Nuno pusemos-lhe sacos de areia em cima das pernas e o gajo ressonava pra caraças eu torcia-lhe o dedo grande do pé e dizia "desligar ignição" e lá parava o roncar, belos tempos...
Diz logo Bruno de seguida:
Bruno - Ya Ya, o António quando saiu da tenda bateu logo com força na minha sapatilha com a mona que até ficou azul, ah e nesse dia o pequeno almoço foi às sete da matina...- interrompido logo por mim:
Cájó - Ahahahh, e lembram-se o que era o pequeno almoço? Alguém?!...- grita logo Silvino do outro lado : - Eu sei e ainda deve de haver fotos dessa manhã algures com o Nélson, hambúrgueres no pão, com leite cozinhados à "Cájó"... rectificando logo eu:
Cájó - Melhor dizendo bolinhas de hambúrguer assadas na brasa no pãozinho que foi como ginjas estava um pitéu e pêras, ia morrendo engasgado nesse dia por vossa causa...- repica logo Silvino:
Xi - E ainda há a foto desse momento, ficaste com uma "verdinha" a sair do nariz bem pendurada com a barba que tinhas mais parecias o Raúl!!! Ehehehheh... Belos tempos manos é o que vos posso dizer, saudades!... Diz logo Miguel:
Mingas - Ah, Cabra! Ahahahahah, rindo feito desalmado e lembrando também ele outra história, quando fomos a Fátima pé essa então foi o "rise acamade", até houve uns que apanharam boleia até ao santuário, diz que já não podiam andar mais e depois desculparam-se com a minha irmã, que ela é que não podia andar mais e também houve daqueles que se perderam, não sei como, pelo caminho quando levavam muita malta à frente e que conhecia o trajecto... Gente doida, é o que é, mas uma doideira saudável!.. Interrompe "BB":
Bruno - Bem amigos e amiga, proponho um brinde a nós à moda antiga, e aí levantam-se todos e gritam; "Que as nossas mulheres nunca fiquem viúvas que os cães as acompanhem pra sempre, que Alá esteja contigo e a tua mulher comigo"!!! brinde inventado por "Cájó" na época em que saiam todos juntos.- e continua "BB" a dizendo:
Meus amigos que esta noite possa ser a primeira de muitas mais assim juntos mas não nestas circunstancias, ou seja sermos convocados à pressa, que a nossa amizade perdure sempre, bem hajam!! e ditas estas palavras toca a campainha. - Pessoal vou abrir que já deve de ser o "Arnete", fiquem à vontade volto já... e sai da sala em passo apressado.
*** Enquanto todos reinavam, incluindo eu, não conseguia parar de pensar no que vira na Praia de Norte naquela noite, o que ainda me intrigava mais era o que poderia ter causado os orifícios nas vitimas, mas enfim o Ernesto estava a chegar e já iríamos começar a apurar os factos, ou não, visto a garrafa estar quase despejada... E aproveitando a pausa vou vos explicar o porque de termos sido chamados pelo Ernesto à P.N.; este "grupinho" de pessoas que aqui se encontra uma das ultimas vezes que saíram juntos à noite foram para os lados da Vieira de Leiria, onde no final da noitada ao saírem da discoteca, chegando ao parque de estacionamento pé das motas, se depararam com um cadáver de um jovem local que apresentava características semelhantes aos dois que actualmente apareceram em Nazaré mas só eu, como sendo o mais velho e tendo mais estômago, na altura é que me pude aproximar do corpo e ver que tinha dois orifícios no pescoço, chamamos logo o segurança e a policia local para tomarem conta do sucedido mas nunca soubemos ao certo o que se tinha passado e acabamos por voltar lá mais umas vezes para investigar, sempre tivemos todos aquela veia de detectives, mas sem nunca termos chegado a conclusão nenhuma, alguns dos presentes nem dessa noite se lembram, porque bloquearam algumas memórias do passado, mas voltando à sala, ou melhor, à porta...
Bruno que tinha ido abrir a porta ficou estupefacto, quando abriu a mesma já dizendo:
Bruno - Entra, entra temos ali mais um copo, rap... - e no momento que se abre a porta...- "Pariga" que fazes tu aqui, esta é que eu não esperava, tu por aqui Anette?!! Também foste convocada para este encontro sinistro?!!
Anette - Olá "BB" tudo bem contigo também, é assim que costumas receber as visitas, principalmente os amigos? Que encontro!? Eu vinha só de passagem a ver se te encontrava por cá já me tinham dito que esta era a tua casa e passei a ver se via luz afinal já não te vejo há alguns anos, mas como vi muitos carros e tudo aceso pensei em tocar, não me convidas a entrar?
Bruno - Claro que sim entra entra, "mi casa es su casa", dá cá uma beijoca, fofa como tens passado por onde andaste estes anos? Nunca mais soubemos nada de ti, moça? Olha está cá a Adeline, o "Xi", o "Casca", o "Mingas" e mais alguns amigos, mas vamos andando até à sala de estar, ah e também estamos à espera do Ernesto, até pensava que era ele que estava à porta agora... diz Bruno atrapalhado.
Anette - Sim reconheci o jipe do pai da Adeline lá fora, estás cada vez melhor meu amigo, enorme quero eu dizer, muito ginásio? ou esteróides? Só por curiosidade não que eu tenha nada a ver com isso... perguntou...
Bruno - Isto tudo que aqui vez, miúda, são muitas horas de trabalho no ginásio sim, não quero cá nada dessas coisas dentro do meu organismo... chegando à sala tudo entretido com as historias e com a garrafa...- Hey malta vejam só quem está aqui!!!- E viramos-nos naquele momento e para espanto de todos em vez de Ernesto deslumbram-se todos com a presença de Anette, principalmente Adeline que de nada sabia da vinda da amiga, que sempre a avisara de sua chegada e desta vez nem um telefonema:
Adeline - Então amiga, tudo bem? Tás linda como sempre, quando chegaste, que não me disseste nada?- perguntou de imediato.
Anette - Cheguei à três dias, ma puce, mas não te quis incomodar era suposto fazer-te uma surpresa e pelos vistos fiz, ne est pas?- Retorquiu, Anette.
Adeline - Me oui, má cherrie, e uma boa surpresa de facto gostei de te ver mas tás diferente... e nisto Adeline é interrompida por Miguel:
Mingas - É lá, mas é claro que está diferente e bem melhor, que pedaço de mulher te transformaste tu, Anette quase nem te reconhecia, se não fosse a voz... Tás mesmo uma brasa!!!
Nisto, Marco que até altura esteve sempre mais calado levanta-se e diz:
Marco - "Xissa penic" que bomba, cresceste bem linda e que belo cabelo, que usas tu para conserva-lo assim? E onde arranjas-te esse par de "xuxas" não me lembro de seres tão avantajada!! Bem que o "Cájó" me dizia que de costas já me confundia com alguém agora já estou a ver com quem, dá cá um beijo maluca, que bom te ver!
Anette - O Carlos está aqui?! Porque não me disseste nada, Bruno! Tenho de me ir embora...- diz Anette muito embaraçada...- Ok volto outro dia não há crise.
E eis que entro eu na sala e fico petrificado, ou quase, ao ver tal figura, tão bela, tão tão..
Cájó - Que pedaço tão bom de mau caminho!!! Que fazes aqui, mon amour?! Up's, desculpa foi só uma expressão de hábito, mil desculpas!!!- Parvo foi o que pensei, agora és um homem casado, controla-te...
Anette - A parte do mon amour estás desculpado, quanto ao resto não há nada a desculpar, eheheh, eu sei bem no que me tornei, e não sou convencida sou mesmo boa! E tem cuidado, "Cájó" que a tua mulher pode estar a ouvir...- lançando-me assim um balde de gelo em cima.
Cájó - Hey, espera aí quem é que já foi bater com a língua nos dentes? Há homens piores que as mulheres e é bem verdade, "fosgasse"!!!- olhando eu para o "Mingas" já pensando que teria sido ele... nisto toca a campainha novamente, e diz "BB" que vai abrir, ao ouvir tal frase Anette prepara-se para sair atrás dele como se fugisse de algo ou alguém, seria de mim?!- Anette, por favor podemos ser adultos, agora? Eu casei há um mês não te preocupes que não me vou esticar para o teu lado, linda, deixa-te ficar e toma um copo connosco...
Anette - Não posso ficar, mais tempo mas obrigado pelo convite, Carlos, fica para uma próxima vez, espero ver-vos mais a todos pelo menos mais vezes agora que estão todos de volta eu também vinha só visitar o Bruno e afinal acabei por encontra-vos a todos por aqui. o resto de uma boa madrugada para todos meus amigos.- e sai da sala atrás de "BB" para espanto de todos.
*** Fiquei quase em estado de choque quando a vi, Anette, uma longa e bela história de paixão que nós tivemos e que depois mais tarde ficamos apenas pela amizade para que não se magoássemos um ao outro com a separação total um dia mais tarde, mas que agora pelos vistos ela já se esqueceu disso, ou de mim, não sei que pensar... Entretanto de volta à porta, e visto que ficamos todo surpreendidos tanto com a aparição como com o desaparecimento repentino de Anette, eis que finalmente chega Ernesto. E cruzam-se ele e Anette, e diz lhe ela:
Anette - Olá e até uma próxima Ernesto, tudo bem contigo?
Arnete - Olá Anette, comigo está tudo andar, e olhando para ti nota-se bem acho que nem preciso perguntar, eheh!- Diz o " Arnete" para amiga.
Anette - Obrigada, meu amigo e tu não estás nada mal também e ainda por cima de farda, j'adore!- diz-lhe ela já ao ouvido fazendo lhe levantar o cassetete, e sai porta fora numa correria desenfreada.
Bruno - Como é rapaz vamos entrando?- pergunta "BB" ao amigo que ficara espantado com aquela beleza de mulher.- Anda lá daí danado, aquilo é demais para ti, vamos mas é entrando que a malta depois de esta visita inesperada ainda devem de estar mais intrigados do que quando cá chegaram...
Arnete - Pois pois, é melhor é, não me posso desconcentrar agora, temos muito que falar meu caro "BB", muito mesmo!... e vão caminhando até à sala, onde os restantes já tinha acabado com a garrafa e se preparava "Mingas" para abrir a segunda:
Mingas - 'Bora lá malta isto sem pinga é que não dá nada, vamos abrir esta agora? Que pena a Anette ter ido embora, pá já me tava a cair o beicinho por ela! Tou triste e a tristeza só me pede para beber...
Arnete - Oi, mais ninguém bebe nada que temos que ter uma conversa muito séria agora larga essa garrafa ou sou obrigado a disparar, ehehheh!!!- gritou Ernesto ao entrar na sala acompanhado de Bruno...
Mingas - Ainda bem que chegaste meu tava ver que tínhamos que despejar o bar ao "BB", como é, será que é agora que vamos ser esclarecidos do porquê de estarmos aqui todos à tua espera e também acerca do que nos mostras-te na P.N.?- perguntou Miguel já num tom desagradável, o que leva todos os outros a indagar Ernesto também, afinal todos tinham razão para tal...
Arnete - Ok ok já vos fiz esperar demais, Mingas serve um desses a cada um, eu incluído e senta-te que eu vou já começando com a ajuda do Carlos, meus amigos e amiga Adeline, não sei se estarão recordados de uma noite em que saímos para a Vieira, e no final da noite encontramos aquele rapaz no parque ao pé das motas?! Pois bem, o cadáver que hoje vos levei a ver na P.N. apresentava algumas similaridades com esse tal da altura, visto ter dois orifícios idênticos, o desta noite, porém, como puderam observar tinha os buracos no peito por cima do coração e não no pescoço, para além disso estava seco ou seja sem pingo de sangue...- o que levou todos a ficar boquiabertos e assustados ao mesmo tempo...- Há e para que saibam este já é o segundo que aparece, o primeiro apareceu no São Brás com as mesmas características... e bebendo o wishky quase de um gole deixou no ar um silêncio quase mórbido...
*** Naquele momento ficaram todos espantados com tais relatos por parte de Ernesto e nos quais eu não pude intervir pois isso só iria causar mais complicação nas cabeças de todos, ouvimos todos e ficamos interessados no pedido que Ernesto nos fizera, de ajudar-mos na investigação do caso mas sem darmos nas vistas ou suscitar qualquer alerta a quem quer que fosse na vila, porque quem quer andasse a fazer aquele "trabalhinho", de retirar o sangue a pessoas, não tivesse tempo de se por a milhas, pediu-nos também sigilo absoluto sobre o primeiro cadáver, que ninguém sabia se estaria ligado ao daquela noite ou não, os pormenores não haveriam sido revelados ainda...
Act. 6
" Começando a investigação "
...- Agora que já estávamos todos, mais ou menos, esclarecidos sobre o chamamento e a par do que se tinha passado, estava na hora de se dividirmos e começarmos a investigação, com tão poucas informações e sem pudermos ter acesso aos cadáveres íamos começar uma coisa do zero, primeiro passo era irmos ao local onde apareceu a primeira vitima, visto que Ernesto nos revelou que não houve grandes buscas por lá por parte das autoridades locais.
Arnete - Pessoal peço vos ainda, para terem muito cuidado nas buscas pois não sabemos ao certo o que se passa, diz Ernesto aos amigos preocupado, pode ser um "gang" ou uma só pessoa e assim sendo poderá ser muito arriscado uma aproximação...
Bruno - Achas que vamos assim de mãos abanar, meu caro amigo? Tenho licença de uso e porte de arma, tive treinos nas forças russas e romenas, já fui ao espaço enfrentado condições de treino muito rigorosos por parte da "Nasa", achas que não será o suficiente?! Opinou Bruno, interrompido por Miguel...
Mingas - Eu se vos disse-se por onde andei estes últimos anos teria que os matar, ehheh, e não quero isso! Xissa "BB" não tens mais nada, isso sim é que foi viajar estes anos todos... Interrompido por Carlos:
Cájó - "Mingas", deixa-te lá mas é de tretas que nunca fizeste nada de muito importante para que é que hás-de te estar aí a querer gabar, agora o mais importante é formarmos duas equipas para avançarmos mais rápido e também saber se estão todos de acordo em ajudar na investigação!...
Arnete - Sim tens razão de facto temos que começar por perguntar quem alinha e quem abandona o barco, frisou Ernesto, pelo menos com a Anette não vamos puder contar ao que me pareceu quando entrei,digam de vossa justiça amigos...
Adeline - Eu vou tentar falar com ela a saber se podemos contar com a sua ajuda ou não, afinal ela também estava lá na noite da Vieira, ne est pas?- Diz Adeline e continuando...- Comigo podem contar no que poder ajudar! Silvino e toi, podias vir comigo em meu jipe?- perguntou Adeline que sempre tivera um fraquinho pelo amigo sem nunca se ter declarado...
Xi - Ir contigo! Sim, porque não, o meu carro não vai poder ir a todos os locais por onde vamos andar, e levamos o "Casca" connosco visto ter vindo comigo, que dizes António alinhas?
António - Por mim pode ser meu, numa viatura ou noutra é me indiferente é preciso é haver acção e não me deixarem para trás, claro! Voltamos às investigações e isso para mim já me satisfaz, que a minha vida em Alcobaça a bulir num hipermercado não é bem aquilo que eu queria, mas foi o que se arranjou...- aborrecido com a vida que levava, e pergunta a Marco...- E tu "big wave raider", 'tás dentro?
Marco - Hell yes, mate!!! Sem duvida já sinto a adrenalina a subir pelo corpo acima! Desde que consiga apanhar umas ondas de quando em vez, tasse bem...- respondeu "Mumax", e prosseguindo...- Só não posso é íniciar o Carlos na modalidade, vai ter que esperar mais um pouco, e já agora Adeline, vê lá se convences a Anette a juntar-se a nós, please, teria um prazer enorme em partilhar, ou ter, esta aventura com ela!...
Adeline - Verei o que se pode fazer, e se ela aceita vir com nós, pareceu-me um pouco estranha ela...- respondeu a amiga.
Cájó - Então vamos fazer o seguinte, disse Carlos, eu, o "BB", o " Mumax" e o "Mingas", como sempre nos velhos tempos vamos apanhar umas ondas à P.N. e ao mesmo tempo vamos ao " Forno de Orca" ver se conseguimos recolher mais pistas, se dermos com alguma, deste segundo cadáver e vocês vão com a Adeline até ao S. Brás e recolhem informações por lá, agora vamos descansar um pouco que o dia já nasceu, e lembrem-se olhos bem abertos e boca fechada malta! Quanto à Anette se não vier não haverá problema algum já estamos demasiados para tanto sigilo, e a visita repentina dela intrigou-me bastante tal como a sua saída a correr!...
Arnete - Sim meu caro tens toda a razão, foi deveras estranho a maneira como a vi a correr para a sua viatura quando nos cruzamos a entrada, da minha parte meus amigos só vos tenho agradecer a vossa ajuda e disponibilidade para isto sei que somos os melhores no que toca a investigações do género, e alegra-me muito ter vos por perto eu vou passando tudo o que me for chegando às mãos, através do "Cájó", vamos-nos mantendo em contacto descansem bem e até mais logo.- e já saindo da sala em direcção à porta acompanhado por Bruno, diz-lhe:- Sei que te formaste, também, e estudaste acerca de vampiros na tua estadia na Roménia amigo por isso conto mais contigo, e com o Carlos porque também ele sempre estudou sobre estas coisas, mas não queria chegar a tanto pois tudo o que sei é que os vampiros não existem, ou será que sim...- desabafou confuso.
Bruno - Calma rapaz, calma de certo não deve ser nada disso e muito menos por estas bandas, estou mais centrado agora em seguir o que se puder encontrar e cruzar informações com o que nos puderes fornecer, o que causou os orifícios pode ter sido muita coisa temos que ter acesso aos cadáveres urgentemente! Vai em paz meu amigo, em breve daremos noticias...- Tentando assim, Bruno, acalmar o amigo.Voltando à sala onde deixara os restantes, diz:
- Malta vamos descansar então que se faz tarde, ou cedo, ehehheh!!! E para uma madrugada só, já foram emoções a mais...
Cájo -Sim vamos, apoiou "Cájó", que eu ainda vou ter que explicar à Ráfa o que andei a fazer toda a madrugada, e tenho que levar o Miguel aonde quer que seja para o deixar!...
Mingas - Eu?!...- Podes me levar para tua casa mesmo se não te importares é que eu não avisei ninguém da família que vinha portanto ninguém me espera... A não ser...- e é interrompido de imediato por Carlos...
Cájó - Por mim meu amigo teria todo o gosto em receber-te em minha casa, mas a Rafaela já deveria estar informada de tal, se o Bruno não se importar ficavas aqui por agora até mais logo à tarde, deixa-me falar com ela primeiro.
Mingas - Estou a ver, estou, elas é que mandam e mais nada, ehehheh, "BB" que dizes mano companhia, queres?- perguntou Miguel ao amigo.
Bruno - Claro que podes "xonar" aqui, mas atenção não quero nada desarrumado ou vais dormir debaixo da ponte, e os restantes se quiserem dormir um pouco por aqui não há espiga, quartos é o que não falta nesta casa!- ao que todos acharam bem.
Cájo - Ok então malta, diz Carlos, como é onde nos encontramos, no spot de antigamente? Às catorze horas no muro, em frente à "Cubata"?...
*** E todos concordaram comigo sem mais rodeios, visto estarmos todos muito cansados e confusos com toda esta história toda, e eu ainda tinha muito para explicar em casa e ainda mais com a presença de Anette a rondar pela vila, Rafaela já não iria ver esta investigação com bons olhos e ainda para mais tendo ela que tomar conta da clínica sozinha pior ainda, sim porque nós temos uma clínica veterinária, por isso também é que Ernesto me convocara, para além da pancada por tudo o que tenha a ver com vampiros embora nunca tivesse encontrado nenhum e nem sequer vestígios de tal ser, para que visse os orifícios nos cadáveres que poderiam ter sido feitos por algum animal...
Às catorze horas lá se encontramos então, tomamos café na "Cubata", seguido de um "diesel"*, como sempre fazíamos no Verão quando marcávamos hora com alguém que se juntasse a nós para fazer praia, e seguimos os nossos caminhos como ficara combinado pela manhã, uns para a P.N. e outros para o Monte São Bartolomeu em busca do que quer que fosse que nos esperasse ou que tivesse escapado aos agentes...
** "Diesel"- bebida, que consiste na mistura de cerveja com cola. Já a caminho da P.N. com o material de surf para eu e o Marco irmos apanhar umas ondas, enquanto o Bruno e o Miguel iam procurar algumas pistas nas redondezas, pergunta-me o Miguel:
Mingas - Então conta lá como te safaste da Ráfa, faço ideia moeu-te os fígados, não!! Se bem a conheço deve de continuar cá "c'um fêti'zinhe jêtose"...
Cájó - É pá nem me digas nada, quase nem descansei por causa dela, pôs-se para ali a fazer uma cena tanto em casa como ainda na clínica que me deixou fulo, já falava em querer separar-se, caso eu me aproximasse da Anette e que não me perdoava por a ter deixado na cama para te ir buscar, logo me disse que tu devias ser mais importante que ela... Mas enfim logo lhe passa a neura quer amarrar o burro pois que amarre que eu 'tou me a borrifar para isso, e ainda por cima queria vir comigo agora isso dava comigo em doido...- respondeu "Cájó" ainda bocejando...
Mingas - Eheheh, faço ideia deves ter esse cérebro todo cosido, mas não há-de ser nada como tu dizes logo lhe passa!- diz Miguel tentando aliviar um pouco o amigo.
Bruno - É por essas e por outras que eu continuo solteiro, meus caros, e sinto-me bem assim não ter ninguém para me dar sermões ou chatear por causa de coisinhas fúteis, uma das coisa que a vida me ensinou é que as mulheres dão-nos na tola por duas razões única e exclusivamente...- diz "BB"- Ou seja por tudo e por nada! Ahahahh...- Soltando uma enorme gargalhada que contagiou-nos a todos, e voltando-se para o "Mumax" pergunta:- E tu campeão, já encontras-te a tua cara metade?
Marco - Eu pensava que sim, tenho estado a viver com uma irlandesa que conheci numa das minhas "surfadas" por lá, temos um filhote lindo com quatro anos mas depois mostro-vos umas fotos de família, já andávamos a planear casar para breve mas não me parece que o façamos a ultima vez que sai do país para ir ao Havai participar num campeonato, quando voltei descobri que tinha-me enfeitado a testa, e esta porcaria de andar a surfar com hastes não dá muito jeito...- disse Marco aos companheiros com ar desolado.
Mingas - Mano ninguém merece uma cena dessas ainda para mais se pensavas que era a tal ainda pior, diz Miguel, não sei que te possa dizer em relação a isso mas no que precisares de apoio estou cá eu e todos, não te deixes é abalar muito com a cena, e que lhe fizeste ou disseste?!?
Marco - Eu?!! Nada, ainda não lhe disse que sabia do sucedido, mas quando voltar para lá vou ter que por isto em pratos limpos que já me sufoca à seis meses tenho andado a aguentar por causa do meu pequenote manos, é a luz dos meus olhos...- respondeu Marco já com uma lágrima no canto do olho.
Cájó - É mano, mano para cima rapaz, disse Carlos, vamos lá mas é vestir o fato agarrar na prancha e apanhar umas ondas que estão bem boas hoje, levantar essa moral focar-nos também na investigação, sei que te é difícil não pensar nisso mas visto que cá estás aproveita, eu bem te vi a botar o olho na Anette... "BB", ficas com a carrinha e leva-la para o farol e vê lá por cima, e até ao "Forno", se encontras alguma coisa que possa nos indicar seja o que for sobre o que se terá passado ontem à noite, enquanto eu distraio este rapazote que bem está a precisar, "Mingas" olhos bem abertos aqui por baixo rente aos "caniços", que eu no fim de pegar umas aqui com o Marco depois deixo-te ir matar saudades do nosso mar e venho a terra ter com o Bruno para verificar melhor o terreno à procura de pegadas de algum animal que possa ter andado por aí, ok? Vamos lá que o tempo urge..
Mingas - Pode ser sim, ai que saudades do nosso mar e destas ondas maravilha, vai lá que eu vou dar um giro por aqui, ir para o "Forno" não vale a pena porque a maré já lá entrou não deve haver lá vestígios de nada, e vê se te despachas "Cájó", vai vai...- disse Miguel "desertinho" para entra na agua.
Bruno - Malta vou até lá cima, lá vos espero, fiquem bem e cuidado manos, exclamou "BB".
*** E lá fomos nós, eu até à agua com o Marco, o Miguel ficara junto aos caniços e toda a zona circundante, e o "BB" foi até ao farol na esperança de poder encontrar alguma coisa, eu porém iria me juntar a ele quarenta e cinco minutos depois, deixando, como prometido, o "Mingas" ir surfar um pouco...
Act. 7
" Em busca de pistas "
Cájó - 'Mé'qui'é grandalhão, deste com alguma coisa ou nem por isso? Bruno - Daqui de cima do forte e zona circundante não há nada a reportar por enquanto, mas vou sair deste lado e vou dar uma volta até à parte do "Forno de Orca", e o Mingas ai por baixo teve melhor sorte? Cájó - Népia, pelo que me deu para ver de dentro de água, só o vi a tirar fotos mas foi a nós a surfar, é sempre o mesmo cromo...
*** E nisto vislumbrei algo bem lá ao fundo do carreiro de onde estava a minha viatura parada, despachei-me a secar e vestir para acorrer ao local mas falando ainda ao telemóvel com Bruno:
Cájó - "BB" aguenta ai um pouco, na desligues q vou me só vestir acabei de ver algo ali ao fundo...
Bruno - Ok, mas que avistas-te tu rapaz? eu vou andando aqui por cima até me encontrar contigo ai em baixo onde termina o carreiro e os caniços..
Cájó - Não sei bem descrever, mas abriu ai uma nuvem qualquer que deixou sair um raio de sol que refletiu em algo que me captou a atenção, pode ser apenas um pedaço de vidro mas já te saberei dizer, tou quase a chegar perto...
*** Enquanto não chego lá vamos até ao monte de São Bartolomeu, onde já se encontravam Adeline, o Xi e o Casca, que depois de subirem à pedra da "Cabeça da Baleia"* sítio onde já há muito não iam pelo menos juntos, dirigiram-se à "Gruta da Caveira, e pelo caminho que lá os levava, Silvino foi falando com Adeline:
Xi - Então miúda o que tens feito, casaste ou não te prendeste a ninguém como dizias dantes? E filhotes? Diz-lhe um pouco embaraçado... Ao que ela responde:
Adeline - Não meu amigo, não casei, mas sim tenho um filhote lindo disse-lhe mostrando um brilho imenso em seus olhos, não fui capaz de abandonar o meu pai por causa da sua doença e nem sei se ele durará mais tempo, que fez com que perdesse o brilho e baixasse a cabeça em direcção ao solo preguntando... E tu Silvino o que te levou a mudar para Alcobaça? E antes que Xi pudesse responder disse logo o Casca, que ia um pouco mais à frente dos dois:
António - Adeline o rapaz até que tentou não cair na tentação do casamento, mas ao fim de um anos a viver em união de facto teve que se converter, e ai é que tudo se complicou... E nesse momento é interrompido por Silvino.
Xi - Caluda seu "cordilhêre", quem te encomendou o sermão? Se alguém tem que falar "disse" sou eu... Intervém Adeline.
Adeline - Doucement mes amis, já "falames" sobre "isse" agora já chegamos à gruta, vamos mas é nos concentrar nas buscas, si vous plait...
Xi - Ok Adeline, mas na perdes p'la demora Casca, vais ver que mais tarde vou te "cansar os figades"... E nisto Adeline, ouve um ruido vindo um pouco mais debaixo do sítio onde se encontravam os três amigos, e diz:
Adeline - Psssst, rapazes pouco barulho, je crois qu'il y alguém a mexer ali em baixo pareceu me ver um vulto a esconder se perto daqueles arbustos mais altos!...
Xi - Eu não vi nada mas pareceu me ouvir algo, como que um quebrar de um galho...- Diz ele muito baixinho.
António - Malta desculpem, eu, não ouvi nada nem vi mas onde, Adeline, onde?- Diz Casca, ele sempre fora o mais depistado do grupo..
Adeline - Também escutaste Silvino?... Eu estou vos a dizer que há alguém ali por detrás dos arbustos. És sempre o mesmo António nunca vês nada... Que fazemos agora?... Perguntou ela um pouco aflita.
Silvino - Poderá ter sido apenas um animal qualquer acho que nao vale a pena estarmos tão alerta por nada à toa pessoal, vamos é continuar com o tlm propósito da nossa visita à "Gruta", vamos lá mas é procurar pistas. Diz ele em tom despreocupado e voltasse em direcção à "Gruta da Caveira".
*** Entretanto na praia, eu, chegava perto do objecto que reflectiu na minha direcção com a abertura de uma nuvem:
Cajó - Bruno se não deres com nada mais ai em cima podes vir ter comigo a este lado, se faz favor...
Bruno - Então, rapaz, que encontraste tu? Acho que por aqui posso dar por concluída a busca e sem sucesso... Diz Bruno do outro lado.
Cajó - Mano, isto parece ser uma agulha de seringa mas não tenho certezas, ainda, está um pouco enterrada no chão mas se for isso é um pouco maior que as outras que tenho visto.. Vem pra cá e já falamos... Até já abraço
Bruno - OK estarei ai assim que possível, Carlos, parece me que vem ai alguém que nós conhecemos... Hasta, abraço...
*** E desliga o telemóvel, fiquei eu a perguntar me quem seria para ter desligado assim tão depressa? Rumei à minha carrinha para ir buscar uma pinça e um saquinho para poder retirar aquela "agulha" ou lá que seria. Nisto lá em cima, Bruno, que avistara um veículo conhecido aproximar foi se chegando para perto do seu para ir entrando e se por andar para a praia ao meu encontro, quando vai a entrar ouve uma voz, femenina conhecida, por trás a chamá-lo:
Annette - Allo, Bruno!!? C'est moi!
Bruno - O quê?! Quem?! Ah, desculpa, Anette não tinha reparado que eras tu que vinhas chegando, estava distraído de todo sabes como gosto vir até aqui descontrair um pouco.
Anette - Oui, eu sei "BB" eu sei, e não tens que explicar rien à moi, eu também gosto de vir aqui acima sempre que posso, então estás sozinho? Nem Cajó nem ninguém, onde está o pessoal? Pensei que a reunião do outro dia vos ia fazer andar todos juntos outra vez.
Bruno - Sim estou só, mas antes só que mal acompanhado, para ser honesto contigo não faço ideia do Cajó estava mesmo agora a tentar ligar lhe, mas sem sucesso...- e é interrompido pela amiga.
Anette - Acho que não estás a ser totalmente honesto comigo, Bruno, visto que eu sou mais baixa que tu e consigo daqui ver a viatura do Carlos lá em baixo ao pé dos caniços deve estar na água, venho algumas vezes aqui na esperança de o encontrar mas só o vejo dentro de água, desculpa ter "fugido" daquela maneira de tua casa na outra noite a verdade é que eu ainda não esqueci o Cajó, e tenho medo de estar perto dele que possa acontecer novamente voltarmos a ter uma recaída e agora não podemos ele casou... -Diz ela vertendo uma única lágrima.
Bruno - Pois amiga isso não é bem a minha área, sabes, o Cajó é que era o conselheiro do grupo, tens que te controlar, amiga, coragem. Quanto a estar a ser honesto contigo estava pois nem tinha reparado na viatura que tu viste... Hum, vou andando miúda foi bom este bocadito, gostei de te ver... Tens que ver se falas com alguém sobre o que me disseste agora, talvez, sei lá um psicólogo ou assim... -E entra na viatura.
Anette - Ça m'énerve, hey calma aí, estás a sugerir que je estou mal de la tête? C'est quoi ça! Bruno estás doido é? Vou te provar que não. Au revoir. - E saí a correr em direção à sua viatura, danada com o "BB".
*** Bruno sai do farol em direcção à Praia do Norte para se juntar a Cajó e ver o que o amigo teria encontrado na realidade, por outro lado no Monte de São Brás, Anette, Silvino e António, lá vão procurando pistas, e voltando se para a gruta Silvino, diz:
Silvino - Hey malta olhem ali, que raio é aquilo ali caído no chão da gruta? Parece um pedaço de pano ou algo assim...
Anette - Me oui, mais parece um lenço de mulher, vamos lá ver o que temos aqui, hum ainda cheira a perfume e que bom gosto é o mesmo que eu uso. - Diz ela franzindo o sobrolho.
António - Será que tens andado por estas paragens ultimamente, Anette, que andas tu aqui a fazer? Ahahah, estou a brincar ok , não precisas olhar me assim.
Anette - Que piada que tu tens, hein António, deixa-te de brincadeiras mas é e vê se estás mais concentrado.
Silvino - Já repararam nas marcas que estão no chão? Parecem pegadas mas ao mesmo tempo nem é bem um padrão comum! Que raio trouxeram calçado para um sítio destes?!
Anette - Parecem marcas de salto alto!... Mas quem se habilitava a subir aqui de saltos altos?! Gente sem juízo só pode. Bem vou tirar umas fotografias por aqui e começo já pelo chão. Xi, liga para o Cajó e diz lhe o que achamos, por favor, e tenta saber se tiveram eles melhor sorte que nós.
Silvino - OK estou já a tratar do assunto, mais alguma coisa madame? Uma pizza ou um frango assado! Ahahah, tou a gozar... Tou, estou Cajó, não não é contigo que estou a gozar, olha já temos algo por aqui. Vamos recolher umas fotos de umas pegadas estranhas no solo e um lenço de mulher que aqui encontramos, nada nos diz que possa ter a ver com o caso, e vocês ai tiveram melhor sorte?
Cajó - Nós por aqui nem por isso, apenas algo que parece ser uma agulha de injecção mas muito fora de vulgar, vou recolhê-la agora, e depois podemos encontrar-nos em minha casa para começarmos a trabalhar com o que temos. Agora deixa-me tratar disto, para poder chamar o Miguel, e o Marco para fora para podermos ir ter com vocês... Até já amigo.
Silvino - Na boa, Cajó, lá se encontramos então... Até já abraço. Pronto malta é para seguirmos daqui para casa do Cajó, ele encontrou apenas uma agulha de injecção ou lá o que é!
António - Eheheh, encontrar uma agulha dessas para aqueles lados é dificílimo, deve estar doidão aquele Cajó! Bem nós pelo menos parece que levamos a melhor desta vez. Tomem lá equipa maravilha, a "Asa" é que é! Já dava uma marchinha!...
Anette - Que disseste tu, mon ami? "Asa", que raio é isso? E achas mesmo que o Cajó ia agarrar algo que não fosse relevante para o que procuramos? Conheces o Carlos melhor que isso.
António - " Asa", eu passo a explicar, Anette. Silvino. António, as nossas iniciais dos nomes, dá este nome bem catita para a nossa "team", não acham? Desde que vi um porco andar de bicicleta já me acredito em "tude"...
Silvino - És mesmo doidivanas de todo, acho que sei agora porque te chamam Casca, por teres cabeça de noz... Mas vazia!
*** Enquanto estes dois se picavam novamente um ao outro, Anette acabara de tirar as fotos e fizeram se ao caminho para voltarem à viatura de Anette para irem para casa de Cajó, que por seu lado já se encontrava com Bruno a seu lado junto ao mar a chamar os outros dois amigos para fora de água. Bruno por sua vez já tinha dito a Carlos que a amiga, Adeline, era a pessoa que ele tinha avistado a descer em direção ao farol e que tinha estado a falar com ela, contando lhe o que ela tinha dito...
Act. 8
" Em Casa de Cajó "
***Após a nossa pequena conversa, sobre Adeline, Miguel é o primeiro sair da água e vem juntar-se a nós, enquanto esperávamos Marco apanhar a última e perfeita onda, como sempre, para sair o que por vezes demorava um bocado, e diz:
Miguel - Então malta, tudo cima? Toparam bem esta última onda que surfei? Cajó sacaste umas fotos?... Diz ele de rajada, ainda não conseguindo respirar direito.
Cajó - Calma, puto, respira fundo posa a prancha e relaxa, mesmo sério só pensas em ti por acaso lembras-te do propósito da nossa vinda? Sim vimos a onda, não não tirei fotos, "tivétes" bem, contente agora? Vá arriba lá para o carro seca-te, troca de vestimenta que temos que dar a fuga para minha casa, poderemos ter pistas ou nada de nada, mas a ver vamos.
Bruno - O menino ainda sabe umas coisas, sim senhor, está de parabéns não te sabia assim tão pró na prancha!
Miguel - OK "boss", o Sr. Dr. Carlos manda assim farei, quando me for possível... Estou felicíssimo, com um elogio vindo da tua parte mesmo sabendo que me estás dar na carola, quem não estaria!?... -Diz ele poisando a prancha, e voltando-se para Bruno, agradece:- Mano " BB" muito obrigado pelas palavras, não sou lá grande surfista às vezes calha é bem!Cajó - Olhem ali depressa, aí vem o Marco! Onda perfeita, dá-lhe mano...
Bruno - Brutal belo drop, bem executado.. Dominando uma de 6 a 8 metros, talvez?...
Miguel - "Fosgasse" nada parecida com a minha, bem maior e perfeitinha, podia ter ficado mais um pouco mas enfim... Dá-lhe "Mumax" belo tubo mano...
*** E ficamos os três maravilhados olhar para o Marco, a dominar uma onda perfeitinha de esquerda, eu a tirar umas fotos a capturar aquele belo momento para mais tarde recordar, e sem que algum de nós abrisse a boca para dizer fosse o fosse, pelo menos durante uns bons e largos segundos, depois de dominar a onda Marco, veio juntar-se a nós:
Marco - Então, malta, safaram-se? "Bloody hell", viram esta onda que surfei agora, a coisa parece que está a querer subir de nível!!?
Cajó - Aí, cagão, engodaste bem? Para te calhar um ”pêxe” desses, muito bem conseguida esta onda, amigo, excelente!!Bruno - Hell yeah, mate!!! Isso é que se chama perfeição de onda, poetry in motion, fogo mano tu "dás bálhe"!!!
Miguel - "Pute", c'onda foi essa?! "Na xêgates" ós calcanhares da minha!... Eheheheh, 'tou a mangar "contigue", 'tá bem? Bem sacada sim senhor...
***Diz, Miguel, curvando-se perante Marco, eu interrompendo a cerimónia logo ali apressei o pessoal para se fazermos à estrada, pois tinha já combinado com o Silvino de se encontrarmos todos em minha casa:
Cajó - Maltinha, vamos andando? Vamos reunir em minha casa para começarmos a trabalhar com o pouco que temos parece que eles lá no S. Brás encontraram algo também... Marco, aqui o bacano vai te pondo ao corrente do que há! Dando uma palmada com um cadito de força a mais nas costas de Miguel.
Mingas - Aí "caval" é "pecise" tanta "fercinha"?! "Na sê c'mié" que tratas a Rafa, com esse "jêtinhe tode"... Animal!!
Cajó - Vê lá, se te parti alguma coisa! Dá mas é "ó x'nel" que temos mais que fazer... Estou em pulgas para ver o que temos aqui...
Bruno - Eheheh, estava aqui mesmo ao lado e não senti nada, queres que te de mais um empurrão, "Mingas", eu dou-te!
Miguel - Deves estar mas é parvo, com umas talochas dessas vou é parar à Falca... Não é preciso, agradecido... Vamos, vamos eu e tu pomos o " Mumax" ao corrente dos achados.E lá seguimos até as viaturas para irmos ao encontro do resto da malta, mas entretanto no lado do monte...
*** Adeline, Silvino e António vinham a chegar à viatura, agora já um pouco mais calmos os dois rapazes, e vêem um carro de vidros todos escuros a sair do local a todo gás e ficam um pouco intrigados, e frustrados com o cenário que tinham pela frente, e desata Silvino a correr e a gritar:
Silvino - Oi anda cá, sacana, pára ai se tens coragem, que eu digo-te, levas um enxerto que nem sabes!!
António - É isso, tudo pára ai se queres ver, faço de ti esfregão de trapo...
Adeline - Hey! Podem parar com isso acham mesmo que vai parar, só tenho pena que me tivessem furado o pneu... Me c'est quoi ça?!! Ça ce rien, putains!!...
Silvino - A sério, furaram um pneu?! "Máres ta'fuck n'alma"! Vamos lá "Tonhe" ajuda aqui a mudar o pneu...
António - "Q'é isse q'tá p'ai com vossemecê, ó?! Tonhe! Agora, Tonhe, á 'repá!"...
Silvino - " Vossemecê, é o Caguêra, à ti! 'Xa' te lá mas'é de licotices", e ajuda aqui. Adeline liga, por favor, ao Cajó e diz lhe que se vamos atrasar um pouco. Isto foi deveras estranho...
Adeline - Sim, concordo contigo amigo, isto está a ficar estranho demais ainda agora começou. Já o estou a fazer ele ainda não atendeu... Oui, oui... Cajó? Oui je te écoute, pardon... Sim Carlos, desculpa estava distraída e saiu me em francês, escuta amigo vamos demorar um pouco mais a chegar, temos um pneu furado mas leva-nos a querer que foi propositado, depois conto melhor...
Cajó, (ao telemóvel)- Sim, Adeline, o quê?.. Sou eu o Carlos, não faz mal que me contas? A sério, um pneu furado?! OK, OK, falamos quando chegarem então, nós estamos mesmo a chegar também, vá até já, beijo.
Adeline - D'accord, a tout Cajó! Beijinho. Pronto o Carlos diz que estão a chegar agora a casa dele... E vocês estam a safar-se? Precisam de ajuda, rapazes!? Diz rindo.
António - Na'senhora, na precisamos de ajuda alguma, isto está apenas um pouco apertado demais, "xissa penique", não deves de ter um furo há muito tempo, fogo que isto não desaperta... Diz ele fazendo força na chave de rodas.
Silvino - Está quase, mais um bocadinho de força... E... Ora ai está, "Casca", vês que conseguiste! "Sigá'dança", que já só faltam três...
António - Tu é que devias estar aqui a fazer, ó camelo! Segura é lá ai a chave como deve ser que já não lixas com mais nenhum a fazer força de braços... Diz ele pondo um pé em cima da chave de rodas.
*** E lá ficaram eles a equipa, "Asa" como diria o António, eu diria mais equipa "Azarada" mas enfim, de volta do pneu para se fazerem ao caminho para minha casa. Nós porém estávamos já a chegar a minha casa, paramos e fomos directos à garagem, eu acompanhado por Bruno, Miguel e Marco, ainda com a conversa da onda, diz Miguel:
Miguel - "Mumax", mano, como é que tu fazes isso que já desde que éramos miúdos, sempre que ficavas sozinho na água para vires para terra aparecia sempre uma onda perfeita!? E para nenhum de nós alguma vez resultou! Diz para o amigo, enquanto começa a tirar a prancha da viatura.
Bruno - Boa, "Mingas", por vezes dizes umas coisas acertadas! Também estou curioso Marco, vá lá chiba-te ai à malta...
Marco - Wow! Guys, really? Quem vos ouvir falar pergunta-vos directo o que andaram a fumar os dois!... Mas acham que eu controlo o mar, ou tenho super-poderes!?! Hahahha... Diz rindo dos amigos.
Cajó - Na realidade, Marco, olha que isso até a mim sempre me intrigou e chamou atenção, mas tens razão não é uma coisa que possas controlar, mas acontecia e aconteceu hoje mais uma vez... Disse eu dando uma ajuda a Miguel a transportar o material de surf.
Marco - Cajó!? Not you to, man... Fazia-te o mais racional e inteligente de nós mas já vi que estás como eles... Não há segredo algum malta apenas coincidência.
Cajó - Ok, nao ofendas a minha inteligência, que ela é sensível está bem?... "Mingas" podes poisar a prancha ai nesse suporte, e já agora deixa esta mochila ai também... Digo arremessando a mochila que continha o fato e as toalhas lá dentro. Malta podemos passar para este lado da cortina onde se encontra tudo o que vamos necessitar para o início da investigação. E atravesso para o outro lad da cortina seguido pelos restantes.
Bruno - Bem isto de ser veterinário compensa, parece que tens cá tudo mesmo... Muito bem, sim senhor, tens que me dar umas dicas pra melhorar o meu na cave, um destes dias podemos utilizá-lo se quiseres Cajó, nada comparado com este, claro...
Cajó - Um dia iremos lá com todo o gosto, mas agora vamos lá ver o que esta seringa nos revela, se está ligado ao crime ou não, Bruno quero que acesas a esse computador que está ai, na segunda gaveta tens toda a info que precisas para o por em andamento, Miguel trata-me de ir ao armário que tem os químicos e traz-me o que está nesta lista, Marco ai perto de onde te encontras temos luvas, óculos e toda a protecção que se precisamos tira e distribui por todos, se faz favor...
Marco - Ok, vamos começar a trabalhar pessoal, just like on the old days... Estou feliz por ver a malta junta outra vez, e espero ter tempo de reencontrar mais alguns antes de voltar à Irlanda.
Bruno - Certo, já entrei no sistema tudo "on", and ready to roll... Concordo com o " Mumax", é bom estar de volta aqui, "C'us mês amigues todes"...
Miguel - Sempre juntos, mesmo que muito longe se esteja, foi o que um dia dissemos, lembram-se? Nós quatro! Sempre! Adoro vos malta... Diz já com uma lágrima a escorrer pelo canto do olho.
Bruno - Oi, oi, vamos lá mas é parar com essas "mariquices" que eu preciso dos olhos agora, Carlos, é para fazer o quê mesmo?
Cajó - Entra ai no programa de analisar sangue, tenho aqui resíduos dentro da agulha, vou recolher e colocar num recipiente, e já insiro nesta máquina que está ligada ao pc, e um pouco aqui na lamela também para levar ao microscópio...
Miguel - Ora aqui está o que pediste, mais alguma coisa? Então temos sangue?!... Olha o "Casca" diz que já estão a sair do S. Brás. Diz ele interrompido pelo som de uma mensagem recebida no telemóvel.
Cajó - Ainda bem que já se safaram, vai lá fora e acompanha-os até cá quando chegarem, se faz favor... Sim temos aqui algo que parece ser sangue sim, vamos ver!... Digo eu passando ao microscópio, enquanto Miguel se afasta para ir esperar o outro grupo.
*** E ali continuamos os três, em busca de resultados mas que seria o que eu encontrára dentro da agulha, tudo indica para sangue, mas confuso olhei o microscópio em busca de mais informações. Miguel lá foi ao encontro dos amigos que estavam a chegar, e assim termos algo mais em que trabalhar...
Act. 9
"Em casa de Cajó ²"
*** Já lá fora Miguel, que esperava a chegada dos amigos, avista um veículo de vidros escuros parado lá fora um pouco mais acima de minha casa, o que o deixou desconfiado e alerta, mal sabia ele que os amigos que esperava também já teriam eles tido um encontro com tal veículo ou semelhante, e pensou:
Miguel - Estranho, não me parece que seja o tipo de carro que uma pessoa que viva neste bairro conduza! Pelo que vejo pelas outras moradias... Vou sacar um cigarro e ao mesmo tempo o telemóvel e tentar tirar uma foto para mostrar ao Cajó! À pois vou, está sempre a dizer que não faço nada de jeito...
*** Ele puxa do maço e do isqueiro que tinha no bolso, acende o cigarro volta por tudo no bolso e tira o telemóvel que estava no outro bolso, mas nisto a chegar mesmo por de trás dele vinha o "Td5" de Adeline, e fosse quem fosse que lá estivesse dentro do veículo pôs em fuga de imediato, e diz Miguel:
Miguel - Depressa, senão já não tiro nada... Tinham mesmo que chegar agora estes... Diz ele desolado, mas ainda foi a tempo de tirar uma foto embora que um pouco tremida.
Silvino - Será possível outro carro de vidros escuros! Diz ao sair da viatura.
Miguel - Outro?!! Eu só vi este, desconfiei e por pouco não conseguia uma foto dele, com a vossa entrada muito silenciosa, sem dúvida. Diz ele sendo sarcástico.
Adeline - Se tiveres algum melhor para me dar eu agradeço, mon coeur! Mas não sei se trocava, este nunca me deixou mal, sabias?...
Miguel - Ahahah!! Não foi o que ouvi dizer hoje ou será que o Cajó nos enganou... diz ele, sendo interrompido por António.
António - Cala-te cão! Sabes lá o que dizes, tu? Para nós foi aquele "canguêr" que ali vai... Ou um "prime" dele... "Se 'ta'cásse p'sul da foz, ê'à'migue", és um homem "morte". Diz ele, muito irritado com a situação.
Miguel - Vá lá, "Casca", acalma-te e vamos andando para dentro já contas o resto lá... Venham. Já agora, o Carlos disse-me que poderiam ter encontrado algo lá pelo monte, o que foi ao certo?
Silvino - Nada muito significativo. Já estes encontros... Hum, achou que deve ser muito mais interessante para o que procura-mos...
*** E lá foram eles, na conversa, até ao interior da garagem juntar-se aos restantes amigos, que lá se encontravam. No interior, Carlos, recebera uma chamada de Ernesto, querendo saber como estava tudo.
Cajó,(ao telemóvel) - Sim, Ernesto, tudo bem? Nós cá estamos não conseguimos grande coisa até agora, por isso ainda não te pus ao corrente de nada. E tu, melhor sorte?
Arnete - Está tudo, por assim dizer... Não faz mal, investigações são mesmo assim, pena que as coisas ainda estejam mas... Vai melhorar ou piorar, dependendo do ponto de vista! Acabei de ser chamado à " Quinta de São Gião* ", e preciso que venhas até cá, meu velho... Acho que acabei de responder à tua pergunta!...
Cajó - Bem vejo que sim, amigo. Dá-me cinco minutos e estarei aí, esperava só o resultado de umas análises que fizemos, e... Olha! Está a chegar a Adeline, e o pessoal vou deixá-los aqui de volta do que há, e levo-a comigo para baixo, que pela cara que trás deve trazer algo mais a juntar ao "caso"!
Arnete - Está bem, cá vos espero, mas Carlos, não demores por favor!
** Desliguei. Falei com os presentes sobre o que me pedira, Ernesto, e convidei Adeline acompanhar-me até à quinta:
Cajó - Malta, peço que escutem o que tenho a dizer! Tenho que ir lá ao sul, ”campo de golf*”, ao encontro do Ernesto, parece que surgiu algo, mas não me adiantou mais nada... Portanto eu vou lá e quero que tu, Adeline, me acompanhes de maneira a contares me o que se passou. Bruno ficas por aqui com o resto da malta e vejam o que conseguem apurar...
Bruno - Pode ser, vamos ver o que sai daqui, está quase terminar o processo de análise, e já te direi o resultado... Vai lá, pode ser que haja mais que possamos juntar aqui, e ajudar o Ernesto.
Adeline - Sim, Carlos, irei com todo o gosto, preciso mesmo de apanhar ar... 'Tou que nem posso! Vai me fazer bem.
** Peguei nas minhas coisas, chaves do carro, estojo de trabalho e casaco, e saí de passo apressado levando Adeline quase a reboque. Entramos na viatura, e começou Adeline a contar me o sucedido do pneu e das viaturas com que se cruzaram, e de terem tido a sensação de estarem a ser observados quando estavam na "Gruta":
Cajó - Desculpa fazer-te sair assim de repente, mas foi-me pedida urgência...
Adeline - " Pas de problème, mon ami..." Estava a precisar de falar com alguém menos agitado, aqueles dois são dose! E depois com a situação toda que se deu, como te contei, fiquei assustada e super irritada, e tu lembras-te como fico quando me enervo... Diz ela em desabafo.
Cajó - Bem sei como é, e com a idade esses dois ficaram piores, no bom sentido, mais brincalhões! E depois picam-se mutuamente... Já me acostumei a isso, tu é que já não estavas com eles há muito tempo. Digo esboçando um sorriso nos lábios.
Adeline - Pois tens razão, deve ser por isso, e por falar em muito tempo, que foi feito do Gomes?
Cajó - Não sei bem ao certo, penso que só o encontrei umas cinco vezes depois do nosso acampamento no "São Brás", aliás não vejo muitos dos nossos amigos desde então, as nossas vidas não nos permitiu continuarmos em contacto... Um dia conseguiremos organizar um encontro, mas é difícil juntar todos!
Adeline - "Oui, ça c'est vrai"... Não iria ser fácil, "non"! Pois, poderei perguntar ao Ernesto, visto ter sido ele a contactar-nos a todos, há-de saber algo mais acerca do Gomes. E, " voilà ", chegamos à "Quinta"... " Me c'est quoi qu'il se passe, la "?
** Sim chegaramos à quinta e, que boa pergunta fazia Adeline, muita gente se encontrava por ali, mas que se terá passado por aqui? Nisto o meu telemóvel tocou, olhei, a minha doce Rafaela, mas a conexão aqui não é do melhor...**
Cajó - Adeline, espera um pouco deixa-me atender a Rafa, pode ser?
Adeline - Tranquille, atende à vontade...
Cajó - ao telemóvel - obrigado, amiga... Sim meu anjo, estás bem? Hey, calma, calma... O quê? Onde? Achas que eu iria andar a passear por aí com mulheres no carro, nesta terra até ninguém me conhece, não vês... Não digas disparates, é a Adeline, doida...
Rafaela - Carlos João, " pa'tu rica saudinha " na'me venhas cá com falinhas mansas pra mim, quem é ela? Diz-me?! Quem??.. Há bom desculpa, já estive bem melhor, obrigada, mas depois de me cruzar contigo na estrada e ver que levavas uma outra ao teu lado que não eu, deu-me " logue o narvose miudinhe "... Sabes como eu sou... Desculpa, não a reconheci... Vou a casa descansar um pouco...
Cajó - OK não faz mal é natural que não a reconhecesses já não a vês há muito, estás desculpada... Fazes bem, mas olha que está lá o pessoal a trabalhar na garagem, já agora dá-me só lá um pulo a ver se eles precisam de ajuda para alguma coisa eu não tive tempo de explicar onde estava tudo.. Fazes-me esse favor meu amor?.. 'Tou... Rafa... Foi-se, não há condições, nem mesmo com o porto de abrigo aqui ao pé conseguimos ter "rede" de jeito.
Rafaela - Posso lá dar um salto sim meu querido, mas qual pessoal é que está lá? Sim?... Carlos? Amor!...
** Enquanto a Rafaela me tenta ligar de volta, eu e Adeline saímos da viatura para irmos ao encontro de Ernesto, e por fim saber o porque de tanta gente... Mais parecia ter " parid'ali a Galega. " Pelo caminho recebi uma sms do " Xi " sobre o resultado da análise. Em nosso percurso pude também começar avistar que no local se encontrava a polícia e os bombeiros, e que em nossa direcção vinha o meu primo, Leopoldo bombeiro na corporação local:
Cajó - Vamos lá? Estou curioso de ver tanta gente por aí, temos que encontrar o Ernesto...
Adeline - Sim, vamos lá... Mas que se passou agora aí ao telefone? A Rafa a com ciúmes, de " mói "... Incroyable?! Cajó - Não ligues, ela não te reconheceu, só isso nada de grave... Olha consegui receber uma sms do Silvino já tem parte do resultado da análise, o sangue é animal só não apurou ainda de que espécie. Bom, o primeiro nada! Vamos tentar saber se aqui teremos melhor sorte. Repara quem vem lá! Conhece-lo?
Adeline - " Bien sur ", como me poderia alguma vez esquecer dele, continua fofinho o Leo, e com aquele andar possante... Não mudou muito.
Leopoldo - Seja muito benvinda à presença destes dois olhinhos, " c'um dia a terra há-de c'mer ". A ti estou farto de te ver, " à fêsinhe." Common va tu, ça marche ?
Adeline - Não mudas mesmo, está tudo bem sim, e contigo Leo? Dá cá um abraço e dois beijinhos... Mas não te estiques.
Leopoldo - Doissss!? Agora dois à francesa são quatro, " q'é lá isse que 'tá p'aí contigue, pariga! Só q'ere o que tanhe dirête"...
Cajó - Este não muda nada, há-de ser assim até " mêrrer "... Então primo bom ver-te, sinto-me bem obrigado e igualmente pelo elogio. Mas diz lá, embora eu saiba que tu nunca dizes nada, que a tua boca é que é um "ch'calhê", o quê é que se passou para ali?
Leopoldo - Pois era mesmo por isso que eu vinha ao vosso encontro, Carlos! Tens que ser forte para o que vais encontrar ali, nem mesmo eu arranjo uma maneira de te contar o que se passa, "pute"...
** Diz-me Leopoldo, deixando de abraçar Adeline e, voltando-se para mim, abraça me já com os olhos em lágrimas. Que se terá passado ali, fiquei deveras perturbado. Algo grave, não tenho dúvidas... Enquanto, Leo, começa a contar o sucedido, Adeline tenta ver se consegue rede para ligar a Silvino, mas sem sucesso, para o informar do que nós acabaramos de escutar... O pessoal na garagem, sem saber de nada, preciso arranjar rede sair daqui, não estou bem, e muito menos depois de chegar ao local exacto e comprovar com os meus olhos, não crendo no que via, perdi os sentidos..."**
*** Carlos, desmaiado? Mas porquê? Que terá dito Leopoldo e o que terá ele visto que o fizesse cair, assim, inanimado. Algo se passa nesta vila de muito grave, mas ainda nada aponta para nada ou o que quer que seja, as análises à agulha deu sangue animal, as estranhas viaturas, o vulto no monte... O mistério que anda em volta desta trama ainda agora vai no adro. Rafaela por seu lado vai em direção a casa, e a pedido de Carlos, vai à garagem mesmo sem saber que se irá encontrar Miguel, seu ex marido. Bruno que sempre foi um apoio de Cajó, em situações difíceis, divertia os amigos na garagem, quando sentiu que algo se passava com o amigo mesmo não estando perto. Entre estes dois amigos sempre houve uma "ligação" especial via algo que nem eles sabiam explicar muito bem, apenas que sentiam a energia um do outro. Nesta linda terra de bons costumes, muitas tradições, encantos, mistérios e lendas, existem muitos dizeres e um dos meus favoritos pertence ao Sr. Carlos Sousa, e que se adequa ao momento e que eu fiz questão de alterar um pouca para bem o servir:
”Mas na fiques'injoadê q'ele na 'tá acabade, no ô'tre vai haver
mais”
Fim do 1º Capitulo
Gostei, parabéns pelo blog e pela partilha, continue o bom trabalho. Voltarei sempre que possível (y)
ResponderEliminarAguardarei, o desenrolar da história, fiquei fã, e recomendo... Bem haja!!
ResponderEliminar��������
Muito bom esta cada vez mais interessante esta historia
ResponderEliminarParabéns gervasio tou a gostar muito .
ResponderEliminarMuito obrigado a pelos comentários a todos!!!
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